Qual a ligação do Senado à JSD?

A ligação com o PPD/PSD não é, nem nunca foi nem total, nem absoluta, nem perene. Dá-se que à data da Fundação, dois dos Membros Fundadores não eram militantes, eram independentes; também não o era o primeiro Membro a entrar no Senado, o primeiro Honorário, era militante do CDS. Pelo que é importante afirmar com afinco, que, um Membro que não seja militante do PPD/PSD é Membro de plenos direitos e de plenos deveres.

As circunstâncias actuais do panorama político português fazem notar, que nas questões morais o PPD/PSD tem o papel mais preponderantemente decisivo, no sentido em que os restantes partidos nas matérias morais estão já absolutamente desvirtuados, com excepção do CDS, que porém não tem a dimensão necessária para a solução destes problemas a nível nacional. Sendo a solução destas questões aquilo que mais interessa ao Senado, deu-se como natural, que seja o PPD/PSD a nossa principal preocupação e a nossa principal área de actuação.

Contudo, mais importante do que esta vaga orientação estratégica, sempre à mercê do volúvel panorama político da nação, é a liberdade de intervenção política tão característica dos Membros do Senado, que se concretiza também na sua militância política, que é possível em qualquer partido, que no seu programa e nas suas orientações políticas gerais não contradiga os valores que este grupo defende.

Nesta óptica não há identificação específica do Senado com o programa do PPD/PSD, nem com o programa de qualquer outro partido. O programa do Senado não é o programa de nenhum partido, o programa do Senado é o programa do Senado. Pelo que qualquer Membro pode aceitar e rejeitar o programa de qualquer Partido, desde que tal não vá contra a Matriz Unitária deste grupo.

Como tal o Senado (enquanto ente colectivo) não está preocupado com o resultado eleitoral deste ou daquele partido, o Senado está preocupado com as leis da vida, com as leis da família, com as questões morais e com a corrupção e falta de profundidade na política.

Convém também elucidar que é própria da nossa Matriz Fundacional a actividade política. Isto é, parte-se do pressuposto que os Membros são agentes políticos, que procuram concretizar a formação providenciada pelo grupo, com uma acção efectiva, que tem como objectivo restaurar o estado da política portuguesa. Não somos um grupo de debate, somos um grupo de acção e de acção política. Neste sentido o Senado não é um corpo externo; mas sim interno, uma vez que procura transformar a sociedade a partir das estruturas já existentes.

É verdade que foram os problemas da JSD que motivaram a fundação do grupo, contudo estes problemas não são, de modo nenhum, exclusivos desta instituição; mas não há razão para que esta ligação histórica e também estratégica, anule a liberdade e a vontade de intervenção dos Membros noutras estruturas, também estas importantes e a padecer semelhantes males. O PPD/PSD não é bandeira do Senado, é sim, neste momento, devido às actuais condições políticas, o nosso principal campo de batalha, mas nunca foi o único, há outras frentes também elas muito importantes, das quais não nos podemos demitir.

Por último, toda esta questão em nada pode obstaculizar a Unidade do Senado, que é fundamental, não há facções dentro do grupo, por razão nenhuma, inclusive de militância. Todo aquele que atentar contra a Unidade do grupo, seja porque motivo for, atenta declaradamente contra a Matriz Fundacional.

A orientação estratégica do grupo nas matérias não fundamentais não representa nunca um constrangimento para o pensamento e para a actuação política do Membros do Senado, o que evidentemente inclui a questão partidária.

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Fonte: III Édito da VI Direcção (31/03/2015)